quarta-feira, 25 de abril de 2018

Tão perto, tão diferente e tão bonito

Foi uma Jornada intensa, surpreendente e memorável. Daquelas em que, apesar de todo o planejamento, o resultado excede as melhores expectativas. Tudo começou por volta das 6h00 da manhã do sábado, dia 21 de abril, quando o grupo de nove pessoas se reuniu na praça do Centenário, no centro de Petrolina, para esperar a van que faria o nosso transporte e que chegou logo em seguida.

A partir daí, fizemos uma viagem sem paradas até Remanso, durante cerca de 2h30m. Lá chegando, fomos num restaurante de beira de estrada para fazer um lanche e depois seguimos para a represa de Sobradinho. Nela, avançamos pouco, pois as águas já cobriram grande parte das ruínas que visitamos em Jornada anterior. Neste local, a estrada de areia e terra se transforma em lago e crianças nadam onde até outro dia circulavam carros sobre o leito seco da represa. Depois dessa parada, fomos até o cais novo, onde a Balsa Iemanjá nos aguardava para a travessia.

Antes, porém, tivemos um tempo para fotografar o local, em especial a imensidão da represa que acumulava cerca de 40% do seu volume de águas. Entramos na balsa com a nossa van e, sozinhos, fizemos o percurso de pouco mais de duas horas até Aldeia, em Sento Sé. No caminho, muitas fotos do lago e da vegetação. Na chegada, fotos da margem e das aves qe ali habitam. O sol estava ameno, pois o céu estava coberto de nuvens, e isso tornou a viagem mais agradável (sem falar, é claro, das cervejas levadas pelo Ricardo e dos espumantes levados pela Ana Rita).

O céu já estava ficando escuro quando desembarcamos na Aldeia por volta das 13h30m. Seguimos então por uma estrada de terra, debaixo de chuva intensa, por 24Km até Sento Sé. A chuva nos impediu de fazer a parada prevista para tirarmos foto da Capela de Itapera, mas iríamos voltar no dia seguinte para corrigir o problema. Na chegada em Sento Sé fomos direto para o hotel, deixamos as nossas coisas nos quartos e saímos em busca de um local para almoçar. Com grata satisfação, descobrimos um restaurante, ao lado do hotel, onde comemos um excelente bode. A chuva, a esta altura, já tinha ido embora e o sol e o calor voltavam a reinar.

Depois do almoço fomos conhecer a orla de Sento Sé, local onde ficam estacionados barcos de passageiros e de pescadores, e de onde também se pode apreciar uma linda vista da represa e da margem oposta. Cansados, retornamos para o hotel antes do escurecer, descansamos, tomamos banho e nos preparamos para o jantar, uma mistura de tapiocas com outros petiscos regados à cerveja e consumidos na calçada em frente à principal praça da cidade.

O dia seguinte, domingo 22, começou cedo. Tomamos café da manhã às 7h00 e entramos na van antes das 8h00. A ideia era voltar na Capela, depois fazer a trilha que fica no morro atrás da cidade, continuar pelo porto antigo e depois iniciar a viagem de volta, fazendo mais uma parada em Piçarrão para apreciar a vista da represa. Os planos, no entanto, mudaram radicalmente quando fomos pedir informações para a D. Geralda, dona do hotel, e em especial para o seu filho Marcelino. Eles nos contaram que havia uma trilha que permitia chegar até a Capela e, principalmente, que nós deveríamos conhecer a Ilha das Andorinhas, nas proximidades da Capela.

Assim, fomos guiados até a trilha da Capela pelo Marcelino, que seguiu de moto na frente da van pela estrada de terra. Lá, conhecemos um exótico cemitério de animais onde ossos se espalham pelo chão num cenário bucólico/surrealista. Logo adiante, uma trilha de algumas centenas de metros nos levou até a Capela, no meio do morro, onde uma magnífica vista panorâmica da região encheu os nossos olhos.

Depois da Capela, a dúvida: arriscamos ir até a tal da Ilha das Andorinhas ou retornamos à cidade para fazer a trilha do morro? A decisão se revelou a mais acertada de todas. Apesar das incertezas e do risco envolvidos na escolha, preferimos enfrentar sozinhos (o Marcelino não pôde nos acompanhar) os 11Km de estrada de terra alagada, com lama e areia, e conhecer um local paradisíaco nas margens da represa de Sobradinho.

Na chegada, um portão trancado com um cadeado prometia por fim à nossa aventura que mal tinha começado. Traçamos uma estratégia, pulamos o portão e logo depois encontramos com o proprietário do local, que nos saudou e nos orientou sobre como andar pela propriedade e o que conhecer lá dentro. Sobre area fofa, caminhamos e seguimos com a nossa van em direção ao local conhecido como "Praia 2", tendo deixado para uma outra ocasião a "Praia 1".

Estacionamos debaixo de uma sombra generosa e iniciamos a exploração. Foram mais de três horas andando sobre dunas belíssimas, num local ainda selvagem e totalmente preservado, praticamente livre da influência humana. A água é verde, por causa da grande quantidade de matéria orgânica, e o cenário todo lembra o de uma praia, como em Cumbuco (CE), Genipabú (RN) ou mesmo as Dunas do Velho Chico, em Casa Nova (BA). Numa das extremidades desta faixa de areia, pescadores trabalhavam em pleno domingo tirando plantas das suas redes e se organizando para novas pescarias no lago.

Eram quase 14h00 quando decidimos voltar, apesar da vontade que querer ficar ali pelo resto do dia. Assim, optamos por almoçar no mesmo restaurante do dia anterior em Sento Sé e pegar a estrada logo em seguida, deixando as outras atrações para uma próxima visita. Dito e feito, pegamos a estrada por volta das 15h30m e chegamos em Juazeiro às 18:30h. Estávamos exaustos mas muito felizes com tanta beleza que tivemos a oportunidade de apreciar durante o dia. As fotografias, com certeza, serão o atestado definitivo das experiências únicas que vivemos neste final de semana. Um local onde ainda há muita coisa interessante para explorar e para onde certamente retornaremos em breve.

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